Mandamento X

 


Objetivos

Falar da cobiça que é um sentimento ruim.

Falar que devemos ofertar a Deus o nosso coração.

 

Preparação para o encontro

Bíblias;

 

Acolhida

Oração inicial: Pai Nosso

 

Ver

Ler Mt 6,19-24

 

Juntai tesouros no céu, onde a ferrugem não destrói, nem os ladrões roubam.

Neste Evangelho, Jesus nos lembra que os tesouros da terra não são consistentes, enquanto os do céu são. Ele usa a palavra “tesouros” no sentido geral, que podemos chamar de valores.

Valores são os meios que buscamos para ser felizes. Existem valores permanentes e valores transitórios. Os permanentes são os do céu: A graça de Deus, a fé, a esperança, o amor, a justiça, a verdade e todas as virtudes. São permanentes porque não se estragam e ninguém consegue nos roubar. Esses valores são eternos. Aqui na terra eles brilham, mas na vida futura brilharão muito mais.

Já os valores transitórios são os bens materiais: O dinheiro e todos os bens materiais, a fama, o poder. São transitórios porque os perdemos facilmente. São como a erva do campo, que hoje floresce e amanhã murcha e seca.

 

Reflexão

Um homem morreu e chegou lá na porta do céu. S. Pedro olhou a ficha dele e disse: “Pode entrar”.

E S. Pedro foi levá-lo até a sua casa. Ao ver as mansões, o homem ficou admirado. Todas traziam o nome do morador. De repente ele viu um palácio muito bonito, e era justamente do seu empregado, que havia falecido um tempo antes. Ele pensou: Nossa! Se até o meu empregado ganhou uma casa chique dessa, imagine a minha!

Mas os dois não paravam de caminhar. De repente, entraram na periferia do céu, numa rua de terra toda esburacada. Lá na ponta da rua, S. Pedro mostrou-lhe um barraquinho pobre, que mal cabia ele, e disse: “Esta é a sua casa”.

O homem disse: “S. Pedro, por que o meu empregado ganhou uma casa tão bonita, e eu esse barraco?!”

S. Pedro respondeu: “Aqui nós só damos a mão de obra. O material vem lá de baixo, são as boas obras que a pessoa fez lá na terra. E você só mandou isso aí!”

“Não junteis tesouros aqui na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e os ladrões assaltam e roubam. Ao contrário, juntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça e a ferrugem destroem, nem os ladrões assaltam e roubam. Porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.”

 

Pense:

- você confia realmente em Deus? Onde está o teu coração?

- você é uma pessoa humilde ou será que os bens materiais, os diplomas ou outras coisas efêmeras transformaram-no em uma pessoa materialista e auto-suficiente?

- você conhece alguma pessoa que perdeu a fé por causa de coisas materiais ou porque mudou de nível social?

 

Iluminar

O 10º Mandamento nos ensina a ser humildes e aceitar com amor o que temos e não cobiçar o que não podemos ter. Nossa sociedade nos faz sentir valiosos ou importantes se podemos comprar. O consumismo escraviza as pessoas, tira a paz e o verdadeiro valor pela vida.

Com este mandamento Deus no ensina a:

- Ver com alegria a vitória do amigo.

- Não ter inveja daquilo que os outros conseguem.

- Evitar ciúme nas nossas amizades.

- Usar bem o que temos, progredindo na medida da nossa capacidade.

Deus quer que sejamos amigos, que vivamos como irmãos e nos amemos de verdade.

Mas muitas vezes, as pessoas têm inveja e desejam o mal aos outros. Por ex.: ter raiva do amigo porque ele ganhou game novo, desejar mal a ele. Isto é errado, pois devemos valorizar aquilo que temos e respeitar o que é do outro.

 

O que nos ensina o décimo mandamento da Lei de Deus?

O décimo mandamento da Lei de Deus nos ensina a viver desprendidos dos bens materiais e a trabalhar com diligência para melhorar nossa situação atual com o coração aberto às necessidades dos demais.

Qual é o caminho posto por Deus para que os humanos cheguemos à felicidade?

O caminho posto por Deus para que os homens - indivíduos, famílias, povos e nações cheguemos à felicidade com paz e amor neste mundo e no Céu é cumprir os Dez mandamentos da Lei de Deus.

 

Exame de consciência:

Não cobiçando as coisas alheias: fui invejoso; violei segredos, usei de mentiras, ou não tenho combatido o egoísmo; sou dominador, não aceitando a opinião ou sucesso dos outros; fico descontente ou com raiva diante da prosperidade material e financeira de meu próximo?

 

Agir

Lutar contra os pecados internos, buscando:
-  a frequência dos sacramentos que nos dão ou aumentam a graça e curam as nossas misérias quotidianas; 
-  a oração, a mortificação e o trabalho, procurando sinceramente Deus;
-  a humildade – que nos permite reconhecer as nossas misérias sem desesperar face aos nossos erros – e a confiança em Deus, sabendo que quer sempre perdoar os nossos pecados;
-  exercitarmo-nos na sinceridade com Deus, conosco próprios e na direção espiritual, cuidando com esmero o exame de consciência.

 

Celebrar

Os bens materiais são bons como meios, mas não são fins. Não podem encher o coração do homem, que está feito para Deus e não se sacia com o bem-estar material.

 

"Amado Bom Deus, obrigado por me amar tanto e estar sempre querendo permanecer junto comigo. Por favor, me ajude a manter a porta do meu coração fechada para o pecado e a permitir que o Senhor tome conta de todas as partes do meu coração.

Amém!"

 

 


O Décimo Mandamento

 

O Décimo mandamento proíbe que desejemos de maneira injusta os bens do próximo. O décimo mandamento trata de maneira mais específica dos bens materiais. Ele proíbe a má intenção do coração, a inveja dos bens alheios. A inveja, vício capital, consiste em nos entristecermos com a felicidade e os bens alheios, querendo-os injustamente para nós, mesmo que tal pensamento não se realize em ações.

Admirar uma pessoa e querer ter suas qualidades ou bens terrenos, não são contrários a este mandamento. A obtenção de bens pelos meios justos e com a correta intenção, não é contrário a lei de Deus.  O incorreto é se entristecer pelo fato do outro possuir, querer injustamente estes bens...

 

"NÃO COBIÇARÁS ... COISA ALGUMA QUE PERTENÇA AO TEU PRÓXIMO" (Ex 20, 17)
O décimo mandamento se refere e proíbe a cobiça dos bens dos outros, raiz do roubo, da rapina e da fraude, que o sétimo mandamento proíbe. A cupidez (cobiça) tem sua origem, como a fornicação (praticar o coito, importunar), na idolatria proibida nas três primeiras prescrições da Lei. O décimo mandamento resume, junto com o nono, todos os preceitos da Lei. 

I - "A desordem das concupiscências"
O apetite sensível nos faz desejar aquilo que não temos. Por exemplo, comer quando temos fome, ou nos aquecermos quando temos frio. Estes desejos não são maus, mas muitas vezes extrapolam os limites da razão e nos fazem desejar injustamente aquilo que não é nosso. O Décimo mandamento nos proíbe o desejo de uma apropriação desmedida dos bens terrenos; proíbe a cobiça desmedida vinda da paixão imoderada pelas riquezas e de seu poder. 
Quando desejamos obter as coisas dos outros, mas de modo justo, não violamos este mandamento. Aqui temos as características das pessoas que mais devem lutar contra as suas concupiscências:
- Os comerciantes que desejam os preços altos dos produtos, que vêem com pesar que não são os únicos a comprar e vender; e se acham no direito de comprar ao preço mínimo e vender mais caro; os que desejam que seus semelhantes vivam na miséria para obterem lucro, quer vendendo ou comprando deles... Os médicos que desejam que sempre haja doentes; os legistas que desejam que haja sempre causas e processos numerosos... 
- A inveja é um vício capital (grave). Designa a tristeza sentida diante do bem do outro e do desejo desmedido de sua apropriação. Ao desejar um mal grande ao outro, cometemos um pecado mortal. Santo Agostinho via na inveja "o pecado diabólico por excelência". Dela nascem o ódio, maledicência, calúnia, alegria causa com a desgraça do outro e o desprazer causado pela sua prosperidade. A Inveja é contrária a caridade. O Batizado deve lutar contra ela mediante a benevolência. 
 

II - "Os desejos do espírito"
É na Lei e na graça que somos instruídos pelo Espírito Santo ao Sumo-Bem; é nele que saciamos o nosso coração. O Deus das promessas sempre nos advertiu contra aquilo que, desde sempre, parece como "bom ao apetite, agradável aos olhos, desejável para adquirir ciência" (Gn 3, 6).
A própria Lei confiada a Israel não bastou para justificar aqueles que se sujeitavam à ela, antes tornou-se mesmo o instrumento da cobiça. Agora, porém, manifestou-se a Justiça de Deus, testemunhada pela Lei e pelos profetas, operada em Jesus Cristo em favor daqueles que crêem. 
 

III - "A pobreza de coração"
Jesus disse a seus discípulos para preferi-lo a tudo e a todos por causa dele e do Evangelho. Ele deu-lhes o exemplo da pobre viúva de Jerusalém, de usa indulgência, deu tudo o que possuía para viver. Os desprendimento das riquezas é primordial para se entrar no Reino. "Bem-aventurados os pobres em espírito" (Mt 5, 3). 
Ser "pobre em espírito" é dedicar-se totalmente a uma humildade voluntária de espírito e sua renúncia. Infelizmente o orgulhoso procura o poder terreno, ao passo que o pobre em espírito busca o Reino dos Céus. O abandono nas mãos da providência do Pai do Céu, nos liberta da preocupação do amanhã. A confiança em Deus pré dispõe para a bem aventurança dos pobres. Eles verão a Deus. 
 

IV - "Querer ver a Deus"
O desejo da felicidade verdadeira liberta o homem do apego desmedido aos bens terrenos, que se realizará na visão e na bem-aventurança de Deus. A promessa de ver a Deus ultrapassa todas as bem- aventuranças, na Escritura ver é possuir. Aquele que vê Deus obteve todos os bens que se pode imaginar. 
Para possuir e contemplar a Deus, os fiéis de Jesus Cristo devem mortificar (dar morte) a sua concupiscência e superar, com a graça de Deus, as seduções do gozo e do poder.