Missa- mesa da palavra

 

Objetivos

Despertar os catequizandos para o sentido da Santa Missa em nossa vida cristã.

Despertar o desejo de participar da missa e entender os vários momentos da celebração.

Conhecer os fundamentos da missa para melhor participar dela e vivenciá-la.

Reconhecer a Eucaristia como sacramento do amor, da fraternidade e da partilha

 

Preparação para o encontro

Arrumar as cadeiras em círculo, mesa c/toalha, flores, vela, Bíblia, imagens...

Providenciar o material da Mesa da Palavra.

Levar folheto da missa (domingo anterior)

 

Acolhida

Oração Inicial: Ave Maria

 

Converse com os catequizandos para saber que vivência eles têm sobre a missa, em especial sobre o que acontece no ambão e no altar – mostrar as duas partes principais da missa.

 

Realizar uma procissão levando os objetos para compor a Mesa da Palavra: toalha branca, a bíblia, as flores e as velas acesas.

 

Obs: Escolher para a Liturgia da Palavra os textos do domingo que antecede o encontro.

 

Ver

Falar da presença de Jesus na celebração da missa, através da Palavra, da pessoa do sacerdote, do altar e da Eucaristia.

Na missa cumprimos o importante papel de povo de Deus. Tornamo-nos um só corpo em Cristo.

Explicar que cada catequizando faz parte desta comunhão, desta união de fé e amor, deste povo que Deus ama.

 

Fazer a leitura do texto do Antigo Testamento, do salmo e do Evangelho, precedido por um canto de Aclamação.

Faça uma breve reflexão dos textos mostrando como se inter-relacionam (aproveitar a homilia do domingo anterior).

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Iluminar

Leia o texto bíblico Lc 24, 13-34 e motive-os a conversar sobre os personagens do texto e o que se passa com eles.

Faça a comparação do que se passa na leitura com a missa: (1) o encontro dos personagens com Jesus, (2) o desânimo, (3) os ensinamentos de Jesus, (4) a refeição, (5) a alegria ao reconhecer Jesus Ressuscitado.

Explicar a missa parte por parte

Recordar com os catequizandos o que acontece no início da missa (acompanhar no folheto litúrgico), explicando a importância de cada momento: a procissão de entrada, o beijo no altar, a saudação do sacerdote, o ato penitencial, o glória, a oração da Coleta...

 

Agir

Participar das missas na comunidade.

 

Celebrar

Faça a oração do Credo e conclua com a Oração da Comunidade que podem ser espontâneas ou preparadas pelo catequista

 

 


Veja o que acontece na Mesa da Palavra:

 

Primeira leitura

Salmo responsorial

Segunda leitura

- Nos ajudam a conhecer melhor a missão de Jesus referida no Antigo e Novo Testamento.

 

- O salmo é a nossa resposta a Deus ao concordar com a sua Palavra.

Leitura do Evangelho

- Traz a principal mensagem para a vida comunitária. É a Boa-nova de Jesus – narrada em quatro Evangelhos.

Homilia

- O padre nos ajuda a entender a Palavra de Deus e aplicá-la na vida de hoje.

 

Profissão de Fé = Credo

-Declaramos publicamente que acreditamos nas verdades que Jesus ensinou e são transmitidas pela Igreja hoje.

Oração da comunidade

- É o momento que a comunidade fala de suas necessidades.

APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA

 

A Eucaristia é celebrada na missa. Portanto, não é uma simples celebração humana, mas resultado da própria vontade de Jesus de se encontrar com os homens de todos os tempos: "Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa antes de sofrer" (Lc 22,15). Assim, participar da missa é responder positivamente ao convite de amor feito par Jesus. E o melhor meio para participar da missa é conhecer seu significado na vida da Igreja, na vida da família e na vida de cada cristão, e compreender o seu ritual.

-Como celebramos?

A Celebração Eucarística é um todo. Não há como dividi-la. Mas nela há momentos distintos. Por isso, é importante conhecer o sentido de cada momento e compreender sua finalidade no conjunto da celebração. É composta de quatro momentos:

-Ritos Iniciais,

-Liturgia da Palavra,

-Liturgia Eucarística, e os

-Ritos Finais

Os ritos iniciais da Missa como a temos hoje são os seguintes: canto de entrada; saudação do altar e do povo reunido; ato penitencial; “Senhor, tende piedade de nós”; Glória, nas Solenidades Festas e Oração coleta. Os elementos como os temos hoje foram assim dispostos pela reforma do Vaticano II.

Entrada e saudação são dois elementos iniciais que se completam. Normalmente a entrada é o canto que acompanha a entrada dos ministros.

Mesmo quando não cantado, convém que seja proclamado por alguém da assembléia. Apenas quando ninguém da assembléia proclama o canto, o próprio Celebrante o faz depois da saudação, antes do rito penitencial.

A finalidade desse canto é abrir a celebração, promover a união da assembléia, introduzindo-lhes a mente no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros. O canto de entrada quer apresentar o tema do dia; abrir a celebração. Deve-se dar preferência aos cantos que traduzem o conteúdo da festa ou da ocasião.

Saudação do altar e do povo. A assembléia está reunida em nome da Santíssima Trindade. O Cristo está presente no símbolo do altar e na assembléia. Por isso o Celebrante saúda o altar com um beijo, abre a celebração em nome da Santíssima Trindade e saúda a assembléia, desejando-lhe o amor do Pai, a graça de Cristo, e a comunhão do Espírito Santo.

O Ato Penitencial é um convite que o sacerdote faz para que todos façam um exame de consciência e reconheçam os seus pecados. Na verdade, todos nós somos pecadores. São João, em sua primeira epístola diz: “Aquele que disser que não possui pecado é um mentiroso”.

O Ato Penitencial deve ser precedido do convite para a penitência. Este convite deve ser feito pelo sacerdote e pode ser espontâneo ou seguir uma fórmula pré-estabelecida.

Trata-se de um reconhecimento de todo tipo de culpa (pensamentos, palavras, atos e omissões) juntamente com um pedido de intercessão à Igreja Triunfante e Militante: a chamada comunhão dos santos.

Terminado o Ato Penitencial, o sacerdote concede a absolvição, e a assembléia conclui com um Amém!

O Ato Penitencial pode ser substituído por outros ritos que tenham o mesmo caráter. Assim, por exemplo, se o povo vier em procissão de outro lugar, não se realiza o rito penitencial.

Em seguida o povo é convidado a cantar ou recitar o Glória. Normalmente é cantado ou recitado nos Domingos fora do tempo do Advento e da Quaresma, nas solenidades e festas e em celebrações especiais mais solenes.

O encerramento do rito de acolhimento ou de entrada é feito pela Oração da coleta. O sacerdote convida os fiéis à oração. Aqui é necessário que se deixe um tempo conveniente para a oração silenciosa dos fiéis. O sacerdote pode ajudar a despertar a oração silenciosa através de algumas palavras. A assembléia faz sua a oração, unindo-se a ela e dando o seu assentimento através da aclamação: Amém!

Em seguida iniciamos a Liturgia da Palavra.

Compreenderemos melhor a Liturgia da Palavra, se considerarmos o que nos ensina a Sagrada Escritura:

Deus havia libertado o povo de Israel do Egito para com ele fazer uma aliança no Sinai: “Moisés subiu para Deus, e o Senhor o chamou do alto da montanha nestes termos: Eis o que dirás à família de Jacó, eis o que anunciarás aos filhos de Israel: Vistes o que fiz aos egípcios, e como vos tenho trazido sob asas de águia para junto de mim. Agora, pois, se obedecerdes a minha voz, e se guardardes minha aliança, vós sereis o meu povo particular entre todos os povos. Toda a terra é minha, mas vós me sereis um reino de sacerdotes e uma nação

consagrada. Veio Moisés e comunicou-lhes as palavras que o Senhor lhe ordenara. E todo o povo respondeu a uma voz: 'Faremos tudo o que o Senhor disse'” (Ex 19,3-8).

Segue a proclamação dos Mandamentos e de outras leis que manifestavam a vontade de Deus. Por fim o encontro do povo de Israel com seu Deus se concluiu com o Sacrifício da Aliança (Cf. Ex 24,3-8).

Vejamos os elementos:

1) A proposta de Deus – Deus faz uma proposta. Quer fazer daquele povo o seu povo, o povo da herança. Coloca, porém, uma condição: “se obedecerdes a minha voz”. A justificação dessa exigência é o fato de tê-lo libertado do Egito, pois fala como quem tem poder.

2) A resposta do povo – o povo de Israel colocou-se numa atitude de abertura para Deus. Dispôs-se a escutar a sua vontade, a conformar a própria vida a ela: “Faremos tudo o que o Senhor disse”.

Ora, “uma vez que o próprio Cristo está presente pela sua palavra, pois é ele mesmo que fala quando se lêem as Sagradas Escrituras na igreja”, os fiéis reunidos em assembléia também são convidados a tomar uma atitude diante da Palavra de Deus, proclamada na Liturgia da Palavra.

Terão que confrontar sua vida com a vontade de Deus. Se ela não for conforme, deverão converter-se. Se descobrirem nas palavras do Senhor a sua grandeza, a sua resposta será de louvor. Se se sentirem pequenos e fracos, pedirão que Deus renove neles as suas maravilhas (Ne 9).

A Palavra de Deus será de criação como no início do mundo e aos pés do Monte Sinai, se nos abrirmos a ela. Se, no entanto, nos fecharmos, acontecerá o que se deu na sinagoga de Nazaré.

No início, todos tinham os olhos fixos em Jesus, mas não demorou que se opuseram a ele e o expulsaram. Aconteceu que Cristo passou por entre eles e se retirou (Cf. Lc 4,28-30).

Na Constituição Litúrgica do Vaticano II se lê o seguinte: “Nunca a Igreja deixou de se reunir para celebrar o mistério pascal: lendo 'tudo quanto a ele se referia em todas as Escrituras' (Lc 24,27) e celebrando a Eucaristia” (nº 6).

Desde os primeiros séculos do Cristianismo, a Celebração Eucarística era precedida de leituras da Sagrada Escritura. Hoje, como antigamente, a liturgia da Palavra se compõe essencialmente da proclamação da Palavra de Deus e da resposta da assembléia pela oração.

Assim, a primeira proclamação consta de um trecho do Antigo Testamento ou do Novo, exceto os Evangelhos, ao passo que a segunda é tirada desses últimos. Aos Domingos e Festas poderá haver normalmente três leituras na seguinte ordem: Antigo Testamento, Cartas do Novo Testamento, incluindo os Atos e o Apocalipse, e Evangelhos. Há, porém, celebrações com mais de três leituras, como por exemplo, a Vigília Pascal. A proclamação da Palavra de Deus se prolonga no confronto da homilia.

A resposta de assentimento da assembléia se expressa pelo canto de meditação, pelo Creio e pela oração dos fiéis.

Pela proclamação de sua Palavra, Deus continua a falar aos homens, a transmitir-lhes sua mensagem, a reunir o seu povo disperso. Ele propõe sempre de novo uma aliança à assembléia reunida.

Esta, por sua vez, escutando a Palavra e auxiliada pelas palavras da homilia, descobre a mensagem, contempla e proclama sempre de novo e cada vez mais as maravilhas operadas em seu favor, e assim, renova continuamente a Aliança com seu Deus. Recordando as maravilhas operadas por Deus através de Cristo, a assembléia fortifica sua fé, aumenta sua esperança e intensifica o amor ao seu Deus.

Consciente, porém, de sua fraqueza, pede forças para cumprir vontade de Deus, a exemplo de Cristo.

Só compreenderemos o alcance da Liturgia da Palavra, se não a considerarmos como simples leitura, mas se crermos que é Cristo mesmo que fala quando se lêem as Sagradas Escrituras na Igreja e quando a Igreja ora e salmodia.

Na Liturgia nunca se proclamam duas leituras seguidas, sem a interposição de algum canto ou Salmo. São os cantos interlecionais. O Canto que segue a primeira leitura é o Salmo Responsorial. É o canto ou a recitação de um salmo em resposta à primeira leitura. Faz parte integrante da Liturgia da Palavra, constitui como que

mais uma Leitura, tirada do Livro dos Salmos.

Nele, Deus fala através da atitude orante do homem. Eis por que o Salmo Responsorial tem um lugar privilegiado entre todos os demais cantos da Missa. Não deve ser substituído por outro canto correspondente.

Se o Salmo se refere à leitura que precedeu, a Aclamação do Evangelho se refere ao que vai seguir. Será normalmente o Aleluia com um verso do Evangelho fora do tempo da Quaresma e outra aclamação correspondente durante a Quaresma.

Importante é fazer coincidir a aclamação com o momento em que o Livro dos Evangelhos é conduzido solenemente pelo Sacerdote ou Diácono para o lugar da proclamação. Pois o que se aclama é o Cristo presente no seu Evangelho.

A homilia explana a Palavra de Deus; ajuda os fiéis a confrontarem sua vida com a Palavra de Deus proclamada, para desertar neles a conversão que então se expressará através da profissão de fé, através da oração dos fiéis e da própria Liturgia Eucarística.

Toda a Liturgia da Palavra, prolongada na homilia, quer, no contexto da Eucaristia, despertar a conversão, espertar os motivos de ação de graças, ou seja, a Eucaristia, e preparar, ou melhor desencadear uma atitude sacrifical que brota, sem dúvida, da conversão, isto é, da vontade de nos conformarmos com a vontade do Pai, a exemplo de Cristo.

A oração do Creio é rezada apenas nas missas dominicais e solenidades “tendo por objetivo levar o povo a dar seu assentimento à Palavra de Deus ouvida nas leituras e na homilia, bem como recordar lhe as regras de fé antes de iniciar a celebração da Eucaristia” (Instrução Geral nº 43).

A oração dos fiéis ou Oração universal é um elemento importante em toda Liturgia da Palavra.

Era comum no Antigo Testamento que o povo desse sua resposta de louvor e de pedido à Palavra de Deus proclamada, como, por exemplo, o Povo de Israel aos pés do Monte Sinai, que respondeu:

“Faremos tudo conforme o Senhor disse e seremos obedientes” (Ex 24, 7).

São Paulo recomenda a Timóteo “que se façam súplicas e orações, ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todos aqueles que têm autoridade, para que tenhamos vida calma e tranqüila, com toda a piedade e honestidade” (1Tm 2, 1-2).

A comunidade pede pelas necessidades da Igreja; pelos poderes públicos e pela salvação do mundo; pelos que sofrem qualquer dificuldade e pela comunidade local.

Cabe ao sacerdote celebrante dirigir a oração, convidando os fiéis a rezar, por meio de uma breve exortação e concluindo com uma súplica. Toda a assembléia exprime a sua súplica, seja por uma invocação comum após a intenção proclamada (Senhor, escutai a nossa prece!), seja por uma oração em silêncio (Instrução Geral nº 45-47).

 

Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. III, Ed.Vozes, 2008 – p. 112-113.

Celebrar a vida cristã, Frei A. Beckhäuser, Ed. Vozes, 9ª Ed. 2001