Missões

 

 

Objetivos

Refletir sobre as Missões e sua importância na vida cristã e da Igreja.

Identificar a vocação do cristão no mundo de hoje, atuante e transformador da Palavra de Deus.

 

Preparação para o encontro

Bíblias; toalha, flores, velas, sal , pipoca.

 

Acolhida

Oração inicial: Pai Nosso

 

Ver

- O que você pode fazer para ser missionário?

- Direcionar o encontro a partir do que o grupo pensa sobre o assunto.

- É desejo de Deus que todos se salvem, por isso Jesus antes de subir ao céu, deus a seguinte ordem aos discípulos: “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura”. (Mc 16, 15)

- É desejo do Senhor que todos conheçam e pratiquem o Evangelho.

- Todos os cristãos são chamados a anunciar, pela vida e pela Palavra, o Evangelho, mas há pessoas que até deixam sua pátria e partem para longe para levar a Boa Nova da Salvação trazida por Jesus. Estas pessoas são os missionários.

- Todos nós somos convidados a ser missionários, pois podemos falar de Jesus, imitá-Lo, fazê-Lo conhecido e amado.

- Podemos ser missionários em nossa própria família, na escola. Se cada um de vocês viver realmente o que aprende na catequese, estará sendo um missionário.

 

Iluminar

Dinâmica: Pipoca sem e com sal

Preparar saquinhos de pipoca sem sal e pedir que comam. Comentar se a pipoca está boa.

Eles dirão que está sem sal. Entregar então o saleiro para colocarem sal na pipoca.

Comentar se agora ficou boa a pipoca.

 

Refletir: Veja o que Jesus nos diz em Mt 5, 13-16

 

Outubro – Mês Missionário

O mundo não conhece a Deus. As civilizações se desenvolvem, a tecnologia avança, o homem conquista grandes descobertas - mas o mundo ainda não conhece Deus.

Há aqueles que não o conhecem porque sempre viveram em um ambiente de crendices, superstições, idolatrias e buscas de filosofias que não são cristãs como o espiritismo que nega a ressurreição de Cristo e, por isso, incompatível com a fé cristã católica, sendo até antagônica. Estes precisam que um missionário lhes mostre, com palavras, meditações e ações, a existência de um Deus uno e trino – Pai, Filho e Espírito Santo – que nos ama e que quer ser amado por nós, principalmente através do amor aos nossos semelhantes.

Há aqueles que já foram informados sobre esse Pai amantíssimo, mas a ganância, a violência, o egoísmo não lhes deixam conhecer realmente o projeto de felicidade que Deus tem para nós. É preciso que alguém lhes abra os olhos e os faça enxergar e viver as maravilhas do céu, cujo caminho não é o mais fácil, mas, certamente, é o mais seguro.

Infelizmente, há também aqueles que conhecem a ternura e o amor de Deus, mas, por isso mesmo, se acham tão melhores do que os outros, que se assentam em sua altivez, esquecendo que a humildade, a simplicidade nos conservam mais perto do Pai e que o orgulho nos afasta d'Ele.

Para todos esses, urge que surjam missionários dispostos a mostrar ao mundo o Deus verdadeiro, que é amoroso, simples: que aplaude a humildade e o serviço espontâneo e desinteressado. O mês de outubro é considerado no seio da Igreja Católica como o mês das missões para lembrar-nos de nos tornar missionários, levando a Palavra de Deus a todos que, de uma maneira ou de outra, não a conhecem realmente.

O Santo Padre Bento XVI em sua mensagem para o dia das missões de 2010 nos exorta: “Queridos irmãos e irmãs, que o Dia Mundial das Missões seja ocasião útil para compreender sempre melhor que o testemunho do amor, alma da Missão, diz respeito a todos. De fato, servir o Evangelho não deve ser considerado uma aventura solitária, mas um compromisso compartilhado de todas as comunidades. Ao lado dos que estão na linha de frente nas fronteiras da evangelização – e refiro-me aqui com gratidão aos missionários e missionárias -muitos outros, crianças, jovens e adultos, com sua oração e cooperação, contribuem, de várias formas, para a difusão do Reino de Deus na terra. Desejo que esta co-participação, graças à colaboração de todos, aumente sempre”.

Por isso, como nos convoca o Santo Padre, não sejamos individualistas e vivendo uma fé intimistas, mas na missão de juntos construirmos a Igreja nos coloquemos como discípulos-missionários de Jesus Cristo, colocando a mão no arado e nos apresentando ao nosso Pároco, para que possamos como missionários levar o amor de Deus e a caridade àqueles que ainda não vivem uma fé que nos coloca nos espírito de redes de comunidade, na partilha e na caridade.

Por isso é preciso que nós, que somos cristãos conscientes, tomemos o mês de outubro como ocasião de reflexão e de ponto de partida para um trabalho que, embora seja árduo, é compensador e nos ajudará a construir um mundo melhor, que cada vez mais de pareça com o Céu.

 

Agir

Qual compromisso que o grupo irá ter a partir do encontro de hoje.

Santa Teresinha foi religiosa de clausura. Rezou e se sacrificou tanto pelos missionários que é considerada Padroeira dos Missionários. São Francisco Xavier também é o patrono dos missionários. Que tal descobrir a história destes dois santos, verdadeiros missionários?

 

Celebrar

Canto: Em nome do Pai, em nome....

Catequista: Estamos no mês das Missões. Ele sempre nos relembra a realidade de um mundo, em sua grande parte, ainda não evangelizado; de um mundo ainda em busca de salvação. Diante disso, ressoa forte o mandato de Jesus: “Vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos...” (Mt 28, 29).

Todos: Esse mandato de Cristo sempre traz sérios questionamento para nós: O que fazer? Como fazer? A quem primeiro se dirigir? Quem irá?

Catequista: No entanto, nunca devemos esquecer de que a missão não vem de nós.

Leitor 1: A missão vem do PAI: “O Pai que está no céu não quer que se perca um só destes pequeninos” (Mt 18,24). É Ele o dono da messe, o proprietário da vinha que envia seus servos a trabalhar e recolher os frutos. Para isso Ele precisa de muitos operários.

Leitor 2: A missão vem do FILHO: “Deus amou de tal maneira o mundo que lhe deu seu filho único para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). Jesus apresenta-se como o missionário do Pai. A Ele o Pai deu “todo o poder”.

Leitor 3: A missão vem do ESPÍRITO SANTO: “Recebereis a força do Espírito Santo e sereis minhas testemunhas até os confins do mundo” (At 1,8). Sem o Espírito Santo a obra missionária do homem não vale nada. É o Espírito Santo que distribui os carismas para a utilidade de todos e inspira a vocação missionária.

Canto: Em nome do Pai, em nome....

Catequista: Antes de subir ao céu, Jesus ordenou aos apóstolos: “Ide pelo mundo inteiro, pregai o evangelho a todas as criaturas – fazei discípulos todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”

Leitor 1: A função da Igreja, através de todos os batizados, é realizar a missão de Jesus: ser mediadora, ser fiel, encarnada na realidade, doar-se completamente, até o martírio...

Todos: A Igreja deve pregar a boa nova a todos os homens.

Leitor 2: O Apóstolo Paulo fala de sua vocação e de sua missão com orgulho: “Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo e escolhido para anunciar o Evangelho de Deus..., a fim de conduzir todos os povos pagãos à obediência da fé, para a glória de seu nome...” (Rm 1, 1- 6).

Catequista: Os apóstolos, depois do Pentecostes, repetiam aos seus perseguidores:

Todos: “O que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos e o que nossas mãos apalparam, nós, agora, o anunciamos a vocês..., a fim de que a nossa alegria seja completa” (1Jo 1, 1-4)

Canto: Em nome do Pai, em nome....

Catequista: Para que a missão realmente seja assumida e o mês missionário não passe despercebido, perguntemo-nos seriamente:

1.º Será que Deus pode contar comigo?

2.º Estou disposto a empenhar minhas energias e até sofrer pela difusão da Boa Nova?

3.º O que eu estou fazendo para difundir a mensagem cristã?

4.º “Não podemos calar!” O que isso significa para nós?

5.º O Evangelho de Jesus deve ser anunciado! Ele é ainda pouco conhecido até entre nós. Quem deve fazer isso?

(Momento de silêncio e partilha a dois)

Pai nosso...

 

 


QUEBRANDO A CUCA...

“Recebereis o poder do Espírito Santo que virá sobre vós, para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e até os confins da terra” (At 1,8). Estas palavras exprimem o programa que Jesus legou aos seus discípulos e hoje a cada um e cada uma de nós.

É o Espírito que constitui realmente o movimento de Jesus: a primeira comunidade em Jerusalém e a missão para todos os povos. O Projeto de Jesus se expande para o futuro e abarca todos os povos da terra.

A ação do Espírito transforma Saulo, perseguidor, em Paulo, entusiasta, corajoso, testemunha do Ressuscitado nos diferentes contextos culturais e num grande missionário, chegando a dizer: “para mim, verdadeiramente, o viver é Cristo” (Fl 1,21), e a exclamar: “Ai de mim se não anunciar a Boa Notícia” (1Cor 9,16).

A gratuidade foi a marca da experiência que Paulo teve no dia de sua conversão. E esta gratuidade vai nortear sua vida e sustentá-lo nas crises.

 

1. A MISSÃO TRANSFORMA

A experiência na estrada de Damasco transformou, por dentro, o relacionamento de Paulo com Deus. A experiência da universalidade da Promessa e do amor de Deus marcou a sua missão.

Paulo funda e acompanha as comunidades com grande solicitude (Gl 2,9-10; 2Cor 11,28; 1Cor 9,22). O método desenvolvido em sua missão junto às comunidades pode servir de pista para a nossa ação evangelizadora junto às comunidades e no ministério da catequese hoje. Constitui uma página de ouro o texto de Romanos 12, 9-21 para toda a ação pastoral e catequética no século XXI.

A organização das comunidades foi acontecendo a partir das realidades, dos contextos culturais e se expressava de diferentes formas: o anúncio da Boa Nova: Jesus Ressuscitado, a oração e reflexão sobre os problemas, a indicação de pessoas mais idosas para animar e coordenar a comunidade, a acolhida aos novos que chegavam, o envio de missionários ambulantes que visitavam as comunidades, a divisão das atividades pastorais entre judeus e pagãos, as reuniões do ágape, onde celebravam a Ceia do Senhor, etc (1Tes 3,1-10; 5,12-15; 1Cor 6,1-11; 16,1-24).

 

2. O RELACIONAMENTO MISSIONÁRIO

Na fundação e no acompanhamento das comunidades, Paulo tinha uma comunicação intensa e de forma muito envolvente (2Tes 3,7). Ele sabia ser afável e acolhedor. Empolgava e conquistava os leigos e leigas, os casais, e os constituía seus colaboradores(as) eficientes e eficazes. A Igreja primitiva era a Igreja dos leigos e leigas! Cultivava amizades, lembrava das pessoas e mandava saudações nas cartas.

Animava as comunidades com visitas, com o envio de mensageiros, confirmava-as na caminhada e ajudava-as a superarem o isolamento em que viviam e a perceber a ligação com outras comunidades (Cl 4, 10; 1Tes 3,2.6; 2Cor 8,1-9,15).

Paulo soube ser duro e flexível na defesa dos valores da vida e do Evangelho, mas a dureza não apagou nele a capacidade de ser um amigo carinhoso e acolhedor, delicado e atencioso. Não perdeu a ternura! “Nossa glória e nossa alegria são vocês!”.

 

3. ATITUDES MISSIONÁRIAS

Paulo mantinha contato constante com as comunidades por ele fundadas e carregava dentro de si a preocupação com o conjunto todo e com cada uma em particular: “A minha preocupação cotidiana, a atenção que tenho por todas as Igrejas: quem fraqueja, sem que eu também me sinta fraco? Quem cai, sem que eu me sinta com febre?” (2Cor 11,28-29).

A experiência da vida nova em Cristo que Paulo faz se expressa nas comunidades por ele fundadas. E esta vida nova se manifesta de muitas maneiras: dons, carismas, serviços, sinais, milagres, oração, reuniões, celebrações, coragem e alegria na caminhada. É a força do Ressuscitado que com o seu Espírito vai invadindo o mundo através do testemunho das comunidades.

Paulo também apresenta critérios de autenticidade da comunidade cristã: acolhimento da Palavra de Deus, que leva as pessoas a se converterem e formarem comunidade, o testemunho, que através do ser e do agir atualiza a presença e ação de Jesus Cristo (1Tes 2, 13-16).

A caminhada de Paulo é marcada por perseguições e sofrimentos: enfrenta dificuldades, conflitos internos e externos, conflitos de culturas, de mentalidades e de doutrina, confusões nas reuniões e celebrações, perseguições, calúnias, prisões, conflitos de lideranças.

 

4. SER MISSIONÁRIO (A)

A missão não nasce por iniciativa pessoal. É o Espírito Santo que, a partir da comunidade que reza, discerne, escolhe e envia pessoas para proclamar o Evangelho como força de Deus. Missão é encontro de pessoas no caminho; não na segurança de uma casa. É sair, ir, deslocar-se, caminhar, acolher...

O missionário(a) é o irmão, a irmã que acolhe na gratuidade o Dom da vida que é o outro, que cria relações novas, que aponta caminhos e constrói a estrada juntos.

Abraçar uma atitude missionária é vencer o comodismo e o medo, anunciar explicitamente Jesus Cristo e seu Reino, que deve ser inserido na vida das pessoas e dos grupos, levando sempre em conta as culturas, os ambientes sociais, a realidade contextualizada.

Esta atitude é fruto da esperança a que somos chamados, que está fundada nas promessas do Senhor Jesus e não em nossos projetos.

É preciso descobrir as aberturas do coração humano e seus anseios, como por exemplo a procura de solidariedade, de paz, de relações novas com a natureza, de defesa dos direitos humanos das minorias, da mulher...

Ser missionário(a) é ser uma pessoa possuída por Jesus, que, tocada pelo seu Espírito, não pode deixar de anunciar a Pessoa de Jesus e viver para o seu Reino. E, na prática, é fundamental cultivarmos uma comunidade de fé de tal forma que ela tenha poder de atração, que seja um sinal do amor evangélico, do convívio fraterno e de luta corajosa em favor da justiça, da paz e da solidariedade.

 

A NOSSA MISSÃO É AMAR

 

Neste final de semana comemoramos o Dia Mundial das Missões e celebramos o XXX Domingo do Tempo Comum. A Palavra de Deus deste final de semana nos convida a ir para a própria essência da nossa vida cristã e religiosa, trazendo para o centro da nossa reflexão e meditação o preceito do amor, que tem duas direções distintas e inseparáveis: o amor a Deus e o amor aos irmãos. Duas direções que estão integradas em um caminho de santidade e purificação, tendo os olhos fixos naquilo que realmente importa na vida humana e cristã: amar a todos e sempre, a qualquer pessoa, mesmo aquele que possa ser nosso maior inimigo.

 

Não é fácil viver de amor e no verdadeiro amor! É sempre mais fácil viver de amores superficiais e passageiros, inconclusivos, e que produzem apenas algum momento de prazer. O amor verdadeiro, que usa a linguagem de Cristo e é centrado em Cristo, nos convida a subir até o cume do Calvário, onde ele se manifesta como uma oblação, da obediência total à vontade de Deus, como uma resposta consciente de que Deus nos ama e nos ama tanto, a ponto de dar o seu Filho por nós.

Amarás com todo... com todo... com todo ... Três vezes Jesus repete o convite à totalidade, ao impossível. Porque o homem ama, mas somente o amor de Deus é pleno e eterno, aquele que é o próprio Amor. Repete dois mandamentos antigos e bem conhecidos, mas acrescenta: o segundo é semelhante ao primeiro. Deduz-se com isso que o próximo é semelhante a Deus: este é o escândalo, a revolução trazida pelo Evangelho.

Amar a Deus com todo o coração. Ainda assim o coração dever amar o marido, a esposa, o filho, o amigo, o vizinho, e até mesmo o inimigo. Deus não rouba seu coração, Ele o multiplica.

Não é subtração, mas adição de amor! A novidade do cristianismo não é o mandamento de amar a Deus: amam o seu Deus muitos homens; fazem isso os místicos de todas as religiões. Mesmo aquele de amar o próximo como a si mesmo, já que está presente no Antigo Testamento. A novidade do cristianismo é o amor como aquele de Cristo. Os homens amam, os cristãos amam ao modo de Jesus. O amor é Ele quando lava os pés dos seus discípulos, quando chora pelo amigo morto, quando se alegra pelo nardo perfumado de Maria, quando se dirige ao traidor chamando-o de amigo e ora pelos que o matariam. Nem mesmo o seu sangue mantém para si mesmo, e recomeça pelos que estavam condenados, e tem a intenção de apagar o próprio conceito de inimigo. Amai-vos como eu vos amei. Não quando, mas como; não a quantidade, mas o estilo. Impossível amar quanto Ele, mas podemos seguir os seus passos para compreender o sabor, o fermento, o sal, e inseri-los em nossos dias: como eu fiz, vocês também devem fazer.

Amarás... Todo o nosso futuro está em um verbo, apresentado, porém, não como uma liminar, um imperativo nítido, mas conjugado no futuro, porque amar é uma ação interminável, pois vai durar tanto quanto perdurar o tempo e perdurará para a eternidade. Não uma exigência, mas uma necessidade para a vida, como respirar.

Amar, voz do verbo viver, voz do verbo morrer!

O que devo fazer amanhã, Senhor, para estar vivo? Tu amarás. O que farei no mês seguinte ou no próximo ano, e depois, para o meu futuro? Tu amarás. E a humanidade, o seu destino, a sua história? Somente isso: o homem amará. Amar significa não morrer! Vai também e faz o mesmo e encontrarás a vida.

O Evangelho de Mateus deste final de semana, em sua extrema brevidade, é tudo o que pode e deve dizer-se sobre o significado da nossa fé e da nossa esperança. Aos presumidos mestres do tempo de Jesus era bem conhecida a lei de Deus a esse respeito. Já no Antigo Testamento Deus tinha dado a conhecer os seus pensamentos através dos patriarcas, dos profetas, e tinha colocado no centro da religiosidade do seu povo o amor para com Deus sem limites, sem restrições, sem parcialidade ou reducionismo em todas os sentidos. Se o primeiro e fundamental mandamento do "Eu sou o Senhor vosso Deus, não terás outros deuses além de mim", deve ser traduzido em estilo de vida e de comportamento, ele só pode ser amor e só amor, porque Deus é Amor e Nele está a fonte de todo amor verdadeiro. Isso é bem diferente das paixões e das caricaturas de amor que permeiam a nossa sociedade. Jesus, nesta circunstância, dirige-se aos fariseus em resposta à sua pergunta específica. Não há muito para discutir sobre o tema, sobre qual é o maior mandamento - é o amor a Deus e aos irmãos!

Tudo aqui em um nível conceitual e de mensagem e até poderíamos dizer: sob um plano jurídico. O problema é como traduzir este amor ao nível de princípio inspirador da fé e do nosso comportamento cotidiano. Desse mandamento depende a sabedoria, a organização, a perspectiva de cada pessoa e cada instituição. Deus reina onde há paz, justiça e a fraternidade. Onde impera o egoísmo reina a divisão da luta fratricida. Eis porque já no livro do Êxodo, primeira leitura da Palavra de Deus deste final de semana, somos lembrados de como se traduz em obra o amor pelos outros. Em resumo, disse exatamente isso: que no coração de uma pessoa que ama existe a atenção para o estrangeiro, o órfão, a viúva, o forasteiro que está com problemas de toda espécie, principalmente no econômico. O amor não permite descontos e exceções, todos podem e devem ocupar um lugar especial em nossos corações e em nossas afeições e pensamentos. Ninguém deve ser excluído do nosso amor arraigado em Jesus Cristo.

É uma questão de tornar visível este amor através do testemunho da nossa vida. E, neste domingo, São Paulo Apóstolo nos lembra disso na passagem da Primeira Carta aos Tessalonicenses. Quem coloca Deus no centro de sua vida abandona o caminho do mal e da idolatria, que hoje são o dinheiro, o poder, o prazer, o sucesso, a carreira, a posição social e tudo o que é exterioridade.

Para vivermos em estado permanente de missão e com coragem testemunharmos o Senhor Ressuscitado presente entre nós somos chamados a viver com alegria o amor a Deus e ao próximo. Quem assim vive e é testemunha é missionário.

Que o Senhor nos livre de um egoísmo cada vez mais prevalente e emergente em todos os setores. Eis por que as nossas orações dirijam-se ao Senhor com todas as nossas boas intenções e nosso desejo sincero de fazer o bem: "Ó Pai, que fazeis todas as coisas por amor e sois a mais segura defesa dos humildes e dos pobres, dai-nos um coração livre de todos os ídolos para servir somente a Vós e amar nossos irmãos e irmãs segundo o Espírito do vosso Filho, fazendo do mandamento novo a única lei da vida" Amém.

 

† Orani João Tempesta, O. Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ