Maria, Mãe de Jesus e Mãe da Igreja

 

Objetivos

Levar o catequizando entender que Maria deixa de ser ponto de discórdia quando vista à luz da palavra. Que os dogmas marianos não surgiram para explicar a Bíblia, é a Bíblia que explica os dogmas.

Despertar nos catequizando o desejo de imitá-la.

 

Preparação para o encontro

Imagem de Nossa Senhora.

 

Acolhida

Músicas de Maria ( Maria e o Anjo – Anjos de Resgate, Perfeito é quem te criou - Vida Relux...);

Oração: Ave Maria.

Texto: Maria - modelo para os cristãos

 

Ver

Leitura: Lucas 1, 46-55.

No seu canto “Magnificat”, Maria disse: “Todas as gerações me proclamarão bem-aventurada” (Lc 1,48b). De fato, nestes dois mil anos de Igreja, jamais ela deixou de ser proclamada bem-aventurada, glorificada e amada. A Igreja católica presta um culto adequado àquela que é a Mãe de Deus.

Maria é a filha predileta de Deus Pai, a Mãe santíssima do Filho e a Esposa do Espírito Santo.

Mas Maria não é uma deusa, não pertence a Trindade divina. Toda a Tradição da Igreja, desde o primeiro século, fala abundantemente de Nossa Senhora; razão pela qual lhe presta um culto especial, a “hiperdulia”, que significa “grande admiração, veneração”, que é diferente de “idolatria”, que significa “adoração”, que é o culto pelo qual nos dirigimos somente a Deus.

Graças a Deus temos uma Mãe, que não é apenas uma boa mulher, mas a Mãe do próprio Deus encarnado, Mãe que nos ama e que intercede poderosamente junto a Deus por nós no céu.

Vamos refletir sobre alguns dos principais fatos da vida de Maria:

. falar quem eram seus pais, onde nasceu, etc (uma pequena biografia)

. situar o local, a época, as condições sociais e morais, a discriminação da mulher na cultura, a religião judaica, a expectativa de quem seria a mãe do Salvador (Is 7,14);

. Anunciação - Lc 1,26-38

. Visita a Isabel - Lc 1,39-45

. Magnificat - Lc 1,46-55

. Nascimento de Jesus - Lc 2,1-21

. Apresentação no Templo - Lc 2,22-40

. Jesus no Templo entre os doutores - Lc 2,41-52

. Bodas de Caná - Jo 2,1-12

. Maria no Calvário - Jo 19, 25-27

. Pentecostes - At 1,14

 

Os quatro Dogmas Marianos

 

Iluminar

OS TÍTULOS E AS APARIÇÕES DE NOSSA SENHORA
Nossa Senhora de Lourdes, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora de Fátima, …. Afinal, quantas Nossas Senhoras existem?

Maria é uma só, os fiéis é que por suas qualidades e por suas manifestações resolveram dar títulos a nossa mãe.

A Igreja não faz das possíveis aparições de Maria questões de fé, isto é, os católicos não são obrigados a acreditar em nenhuma das aparições de Maria. Porém, a Igreja pronuncia-se oficialmente em quatro delas: Nossa Senhora de Lourdes, Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora de Guadalupe e Nossa Senhora da Salete, afirmando que nada há nestas aparições que contrariem a crença universal da Igreja.

 

Fazer com que cada crismando toque na imagem ou gravura de Nossa Senhora e conte uma experiência que teve (ou alguém de sua família) através da intercessão de Maria.

 

Origem do Rosário

A oração do Santo Rosário surge aproximadamente no ano 800 à sombra dos mosteiros, como "Saltério" dos leigos. Dado que os monges rezavam os salmos (150), os leigos, que em sua maioria não sabiam ler, aprenderam a rezar 150 Pai-Nossos. Com o passar do tempo, se formaram outros três saltérios com 150 Ave Marias, 150 louvores em honra a Jesus e 150 louvores em honra a Maria.

Segundo uma tradição a Igreja católica recebeu o Rosário em sua forma atual em 1206 quando a Virgem teria aparecido a Santo Domingo e o entregou como uma arma poderosa para a conversão dos hereges e outros pecadores daquele tempo. Desde então sua devoção se propagou rapidamente em todo o mundo com incríveis e milagrosos resultados

No ano 1365 fez-se uma combinação dos quatro saltérios, dividindo as 150 Ave Marias em 15 dezenas e colocando um Pai nosso no início de cada uma delas. Em 1500 ficou estabelecido, para cada dezena a meditação de um episódio da vida de Jesus ou Maria, e assim surgiu o Rosário de quinze mistérios.

A palavra Rosário significa 'Coroa de Rosas'. É uma antiga devoção católica que a Virgem Maria revelou que cada vez que se reza uma Ave Maria lhe é entregue uma rosa e por cada Rosário completo lhe é entregue uma coroa de rosas. A rosa é a rainha das flores, sendo assim o Rosário de todas as devoções é, portanto, tido como sendo a mais importante.

 

Rezar o Terço (ou parte dele).

 

Agir

. ver nas ruas, na comunidade, em casa, os serviços nos quais podemos ajudar, à semelhança de Maria.

. Rezar o Terço em família.

 

Celebrar

Refletir sobre a presença de Maria em nossas vidas.

Rezar uma Salve Rainha.

Avisos e oração final.

 


 

 

Maria e a Devoção ao Terço

 

Uma das devoções mais belas da Igreja Católica é à Virgem Maria, Mãe de Jesus; logo, mãe de Deus encarnado. É também nossa Mãe, Mãe da Igreja.

Sendo, a “Mãe de Deus”, jamais Maria pode ser uma “mulher qualquer”; seria uma ofensa ao Criador pensar assim. Ela foi escolhida por Deus, desde toda a eternidade, para ser a Mãe do seu Filho feito homem. Ela lhe deu a carne humana, sem a participação de um homem, mas sim, por obra do Espírito Santo.

É lógico que não foi Maria quem criou o Verbo de Deus; Deus é incriado, sempre existiu por causa própria. Mas Maria, por vontade de Deus, tendo em vista a salvação nossa, se tornou verdadeiramente a Mãe de Deus humanado, como dizia São Bernardo.

 

1 – Dogmas Marianos:

 

1.1- Dogma da Maternidade Divina – é Mãe de Deus

§495 – Denominada nos Evangelhos “a Mãe de Jesus” (Jo 2,1; 19,25; Mt 13, 55), Maria é aclamada, sob o impulso do Espírito, desde antes do nascimento de seu Filho, como “a Mãe de meu Senhor” (Lc 1,43). Com efeito, Aquele que ela concebeu do Espírito Santo como homem e que se tornou verdadeiramente seu Filho segundo a carne não é outro que o Filho eterno do Pai, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. A Igreja confessa que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus (Theotókos, DS 251).

§488 – “Deus enviou Seu Filho” (Gl 4,4), mas para “formar-lhe um corpo” (Hb 10,5), quis a livre cooperação de uma criatura. Por isso, desde toda a eternidade, Deus escolheu, para ser a Mãe de Seu Filho, uma filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré na Galiléia, “uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de Davi, e o nome da virgem era Maria” (Lc 1,26-27):
“Quis o Pai das misericórdias que a Encarnação fosse precedida pela aceitação daquela que era predestinada a ser Mãe de seu Filho, para que, assim como uma mulher contribuiu para a morte, uma mulher também contribuísse para a vida” . Gen 3, 15 – “Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu ferirás o calcanhar.” S. Luiz de Montfort afirma: “Deus Pai ajuntou todas as águas e denominou-as mar; reuniu todas as graças e denominou-as Maria.

 

1.2 - Maria - Imaculada Conceição

§490 - Para ser a Mãe do Salvador , Maria “foi enriquecida por Deus com dons dignos para tamanha função” (LG 56). No momento da Anunciação o anjo Gabriel a saúda como “cheia de graça” (Lc 1,28).

 §491 - Ao longo dos séculos a Igreja tomou consciência de que Maria, “cumulada de graça” por Deus (Lc 1,28), foi redimida desde a concepção. É isto que confessa o dogma da Imaculada Conceição, proclamado em 1854 pelo Papa Pio IX:

 “A beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original” (DS 2803).
Os Padres da Tradição oriental chamam a Mãe de Deus “a toda santa” (“Pan-hagia”), celebram-na como “imune de toda mancha de pecado, tendo sido plasmada pelo Espírito Santo, e formada como uma nova criatura” (LG 53). Pela graça de Deus, Maria permaneceu pura de todo pecado pessoal ao longo de toda a sua vida.

 

1.3 – Dogma da Virgindade Perpétua

496 – Desde as primeiras formulações da fé (DS 10-64), a Igreja confessou que Jesus foi concebido exclusivamente pelo poder do Espírito Santo no seio da Virgem Maria, afirmando também o aspecto corporal deste evento: Jesus foi concebido “do Espírito Santo, sem sêmen” (Conc. de Latrão, DS 503). Os padres vêem na conceição virginal o sinal (Is 7,14) de que foi verdadeiramente o Filho de Deus que veio numa humanidade como a nossa:

Sto. Inácio de Antioquia (†107): “Estais firmemente convencidos acerca de Nosso Senhor, que é verdadeiramente da raça de Davi segundo a carne (Rm 1,3), Filho de Deus segundo a vontade e o poder de Deus (Jo 1, 3), verdadeiramente nascido de uma virgem... ele foi verdadeiramente pregado, na sua carne, [à cruz] por nossa salvação sob Pôncio Pilatos... ele sofreu verdadeiramente, como também ressuscitou verdadeiramente (Carta aos erminenses I-II)”.

“O que foi gerado nela vem do Espírito Santo”, diz o anjo a José acerca de Maria, sua noiva (Mt 1,20). A Igreja vê aí o cumprimento da promessa divina dada pelo profeta Isaías: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho” (Is 7,14, segundo a tradução grega de Mt 1,23).
“O príncipe deste mundo ignorou a virgindade de Maria e o seu parto, da mesma forma que a Morte do Senhor: três mistérios proeminentes que se realizaram no silêncio de Deus” (S. Inácio de Antioquia, Ad Eph. 19,1)

§499 – O aprofundamento de sua fé na maternidade virginal levou a Igreja a confessar a virgindade real e perpétua de Maria (DS 427), mesmo no parto do Filho de Deus feito homem (DS 291;294; 442; 503;571; 1880). Com efeito, o nascimento de Cristo “não lhe diminuiu, mas sagrou a integridade virginal” de sua mãe (LG 57). A Liturgia da Igreja celebra Maria como a “Aeiparthenos” “sempre virgem” (LG 52).
§500 – A isto objeta-se por vezes que a Escritura meninos irmãos e irmãs de Jesus (Mc 3, 31-35; 6,31; 1 Cor 9,5; Gl 1,19). A Igreja sempre entendeu que essas passagens não designam outros filhos da Virgem Maria: com efeito, Tiago e José, “irmãos de Jesus” (Mt 13,55), são os filhos de uma Maria (de Cléofas) discípula de Cristo (Mt 27, 56) que significativamente é designada como “a outra Maria” (Mt 28,1). Trata-se de parentes próximos de Jesus, consoante uma expressão conhecida do Antigo Testamento (Gn 13,8; 14,16; 29,15, etc.).

§503 – A virgindade de Maria manifesta a iniciativa absoluta de Deus na Encarnação. Jesus tem um só Pai: Deus (Lc 2, 48-49).
Maria respondeu com a “obediência da fé” (Rm 1,5 ), certa que “nada é impossível a Deus”: “Eu sou a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua palavra” (Lc 1,37-38 ).

 

 1.4 – Dogma da Assunção ao Céu

§974 – Depois de encerrar o curso de sua vida terrestre, a Santíssima Virgem Maria foi elevada em corpo e alma à glória do Céu, onde já participa da glória da ressurreição do seu Filho, antecipando a ressurreição de todos os membros de seu corpo.

§966 - “Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste. E, para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha do universo” (LG 59; Pio XII, proclamação do dogma da Assunção, em 1950).
A Assunção da Virgem Maria é uma participação singular na Ressurreição de seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos:
“Em vosso parto, guardaste a virgindade, na vossa dormição não deixastes o mundo, ó mãe de Deus: fostes juntar-vos à fonte da vida, vós que concebestes o Deus vivo e, por vossas orações, livrareis as nossas almas da morte” (Liturgia bizantina, Tropário da festa da Dormição).
 

2 - Maria - Mãe na ordem da graça

§968 - “De modo inteiramente singular, pela obediência, fé, esperança e ardente caridade ela cooperou na obra do Salvador para a restauração da vida sobrenatural das almas. Por este motivo ela se tornou para nós mãe na ordem da graça” (LG 61).
§969 - “Assunta aos céus, não abandonou este múnus salvífico, mas por sua múltipla intercessão prossegue em granjear-nos os dons da salvação eterna. (...) Por isso, a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de advogada, auxiliadora, protetora, medianeira” (LG 62).

 

3 - Maria - medianeira das graças

§970 - “A missão materna de Maria em favor dos homens de modo algum obscurecem nem diminuiu a mediação única de Cristo; pelo contrário, até ostenta sua potência, pois todo o salutar influxo da bem-aventurada Virgem (...) deriva dos superabundantes méritos de Cristo, estriba-se na sua mediação, dela depende inteiramente e dela aufere toda a sua força” (LG 60).

“Com efeito, nenhuma criatura jamais pode ser colocada no mesmo plano que o Verbo encarnado e Redentor. Mas da mesma forma que o sacerdócio de Cristo é participado de vários modos seja pelos ministros seja pelo povo fiel, e da mesma forma que a indivisa bondade de Deus é realmente difundida das criaturas de modos diversos, assim também a única mediação do Redentor não exclui, senão que antes suscita nas criaturas uma variegada cooperação que participa de uma única fonte” (LG 62).

“Cremos que a Santíssima Mãe de Deus, nova Eva, Mãe da Igreja, continua no Céu sua função materna em relação aos membros de Cristo” (Credo do Povo de Deus, Paulo VI, 15)

 

4 - Maria – Mãe da Igreja

§964 - “A bem-aventurada Virgem avançou na sua peregrinação de fé, manteve fielmente sua união com seu Filho até à cruz, onde esteve presente não sem desígnio divino, sofreu intensamente junto com seu unigênito. E com ânimo materno se associou ao seu sacrifício, consentindo com amor na imolação da vítima por ela gerada. Finalmente, pelo próprio Jesus moribundo na cruz foi dada como mãe ao discípulo com estas palavras: “Mulher, eis aí teu filho” (Jo 19,26-27)” (LG 58).

 

5 - Maria – seu Culto na Igreja

§971 - “Todas as gerações me chamarão bem aventurada”(Lc 1,48). “A piedade da Igreja para com a Santíssima Virgem é intrínseca ao culto cristão” (MC 56).
A Santíssima Virgem “é legitimamente honrada com um culto especial pela Igreja [hiper dulia]. Com efeito, desde os remotíssimos tempos a bem aventurada Virgem é venerada sob o título de ‘Mãe de Deus’ sob cuja proteção os fiéis se refugiam suplicantes em todos os seus perigos e necessidades. (...) Este culto (...)embora seja inteiramente singular, difere essencialmente do culto de adoração que se presta ao Verbo encarnado e igualmente ao Pai e ao Espírito Santo, mas favorece poderosamente” (LG 66) este culto encontra sua expressão nas festas litúrgicas dedicadas à Mãe de Deus (SC 103) e na oração mariana, tal como o Santo Rosário, resumo de todo o Evangelho” (MC 42).