Trindade

Encontro – A Santíssima Trindade e Deus Pai

 

Objetivos

Mostrar que a Santíssima Trindade são três Pessoas distintas, porém, um só Deus.

 

Preparação para

o encontro

Cópia da mensagem e trecho do Credo Apostólico.

3 velas, suporte e fósforo.

Papel, lápis...

Acolhida

Fazer memória do encontro anterior.

Cantar a música: Em nome do Pai, em nome do Filho...

Oração: Pai Nosso

Apresentar o tema do encontro.

Nós católicos acreditamos no mistério da Santíssima Trindade, isto é, que Deus é um ser uno mas simultaneamente trino, constituído por três pessoas indivisíveis: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, que se estabelecem entre si uma comunhão perfeita de amor. Para a Igreja, este dogma, que é uma das suas verdades centrais, não viola o monoteísmo.
Estas 3 Pessoas eternas, apesar de possuirem a mesma natureza, "são realmente distintas, pelas relações que as referenciam umas às outras: o Pai gera o Filho, o Filho é gerado pelo Pai, o Espírito Santo procede do Pai e do Filho".

Ver

Dinâmica: Credo Apostólico

Material: papel e canetas.

Forme um círculo e proponha um rápido exercício:
Peça a uma pessoa que descreva sua mãe; outra que descreva seu irmão, etc.. Estas pessoas, em voz alta e rapidamente, devem dar algumas informações sobre as pessoas indicadas.
Ressalte as formas de fazer uma descrição: detalhes físicos, características emocionais, gostos, etc...

Depois deste rápido exercício, divida a turma em 3 grupos.
Cada grupo vai receber um papel com um nome escrito - 1. Deus; 2. Jesus; 3. Espírito Santo - e deverá compor uma descrição da pessoa indicada no seu papel. Para ajudá-las na descrição você pode acrescentar algumas perguntas: Como esta pessoa agia no passado? E hoje? O que esta pessoa fez e/ou faz por você? Qual sua relação e sentimentos para com esta pessoa?

Deixe cerca de 10 minutos. Distribua então uma folha de perguntas para debate ainda nos pequenos grupos:

1. "Creio em Deus Pai, todo poderoso, Criador do Céu e da Terra"
No que a sua descrição de Deus se parece e/ou difere desta linha do Credo Apostólico?
Para que serve o Credo Apostólico? Porque e quando o dizemos?

2. "Creio em Jesus Cristo, seu filho unigênito, nosso Senhor e Salvador..."
No que a sua descrição de Deus se parece e/ou difere desta linha do Credo Apostólico?
Para que serve o Credo Apostólico? Porque e quando o dizemos?

3. "Creio no Espírito Santo..."
No que a sua descrição de Deus se parece e/ou difere desta linha do Credo Apostólico?
Para que serve o Credo Apostólico? Porque e quando o dizemos?

Acrescente ainda quaisquer outras perguntas que você queira, de acordo com tempo, grupo e linha de discussão.
Deixe mais um tempo para que cada grupo comente as perguntas. Forme novamente um círculo com todos e peça comentários e/ou as respostas a cada pergunta.

Encerre com a leitura de um novo Credo:
Leia a primeira parte do Credo Apostólico, em seguida o grupo 1. lê a sua descrição de Deus; Leia a segunda parte do Credo, e o grupo 2. lê a sua descrição de Jesus; Leia a terceira parte do Credo Apostólico e o grupo 3. encerra com sua descrição do Espírito Santo.

Sugestão: pode-se ler esta composição, resultado do trabalho do grupo, com toda a comunidade num culto, substituindo o Credo Apostólico. Leve cópias para distribuir à comunidade ou copie o texto em lâminas para retroprojetor para que todos possam acompanhar.


Considerações: em geral o comportamento das pessoas ao recitar o Credo nos cultos é cabisbaixo e fechado. Pode-se fazer uma analogia ao torcedor de um time, que veste camisa, tem bandeiras e flâmulas em casa, canta o hino, se mostra como torcedor. O Credo Apostólico é nossa "bandeira" como cristãos. Ele resume aquilo em que nós cremos, por isso, deveria ser falado em todas as circunstâncias em que somos questionados a respeito de nossa fé e ao recitarmos em nossos cultos, deveria ser dito com a cabeça erguida, quem sabe até, olhando nos olhos de outra pessoa.

 

Explicar a Santíssima Trindade

Folha: O Mistério da Santíssima Trindade.

O Catequista com três velas, uma ao lado da outra, num suporte. Enquanto vai lendo a folha (O Mistério da Santíssima Trindade):

- Acender a primeira vela e explicar que a primeira representa o PAI:

Pai que é Deus, que é Amor: somente o Pai que ama respeita a liberdade de seu filho (falar sobre Deus Pai).

- Acender a segunda vela que representa o FILHO:

Filho que é Jesus Cristo: é o Deus visível que se fez homem, nascendo da Virgem Maria para cumprir a vontade de Deus de libertar os homens do pecado. Jesus é Deus e as principais provas são:

O próprio Jesus diz-se Deus (Jo 10, 30; Jo 14, 7 e Lc 22, 67-70).

Os milagres eram feitos pelo próprio Jesus, e não por meio de Jesus.

- E acende a terceira que representa o ESPÍRITO SANTO:
Espírito Santo que é o Amor do Pai e do Filho que nos é comunicado e transmitido. Segundo o CREDO, Jesus foi concebido pelo Poder do Espírito Santo. A missão do Espírito Santo está sempre conjugada e ordenada à do Filho, ou seja, toda a vida de Jesus manifesta a vontade do Pai que por sua vez é manifestada pelo Espírito Santo.

Com a ajuda de outra pessoa una as chamas das velas e as transforme em uma.

Explicar que são três pessoas distintas, porém, um só Deus.

Catecismo da Igreja Católica 232 à 267.

Obs: A Santíssima Trindade é celebrada no Primeiro Domingo após Pentecostes.

Comentário:

A Santíssima Trindade é inseparável naquilo que são, e da mesma forma o são naquilo que fazem. Mas na única operação divina cada uma delas manifesta o que lhe é próprio na Trindade, sobretudo nas missões divinas da Encarnação do Filho e do dom do Espírito Santo.
Pela graça do Batismo “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19) somos chamados a compartilhar da vida da Santíssima Trindade, aqui na terra, mesmo na obscuridade da fé, e para além da morte, na luz eterna. Esta é a nossa magnífica vocação.

A Santíssima Trindade é um mistério de um só Deus em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.

 

Comparar as conclusões obitidas com esta atividade com a descrição feita pelos grupos na dinâmica “Credo Apostólico”.

Iluminar

Concluir lendo as seguintes passagens do Evangelho de João 14,9-17 e 17, 5. 18-21.

- Por fim peça para escreverem a frase a baixo:

- SEM A LUZ DE DEUS PAI, DEUS FILHO, DEUS ESPÍRITO SANTO, TUDO FICA FORA DO LUGAR.

Questionário:

1.Quem é Deus? -
R: Deus é um espírito( Jo 4,24) perfeitíssimo e eterno, criador do céu e da Terra e nosso Pai.
2. Porque Deus é eterno?
R: Porque sempre existiu, não teve começo e nunca terá fim.
3. Quantas pessoas há em Deus?
R: Em Deus há três pessoas iguais e realmente distintas que são o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
4. Como se chama esse mistério de um Deus em três pessoas iguais que é o Pai, o Filho e o Espírito Santo?
R: Chama-se o mistério da Santíssima Trindade.
5. Qual é a primeira pessoa da Santíssima Trindade?
R: A primeira pessoa é o Pai.
6. Qual é a segunda pessoa da Santíssima Trindade?
R: A segunda pessoa é o Filho (Jesus Cristo).
7. Qual é a terceira pessoa da Santíssima Trindade?
R: A terceira pessoa é o Espírito Santo.
8. Porque as três pessoas da Santíssimo Trindade são um só Deus?
R: Porque têm a mesma natureza divina.

Agir

Fazer o sinal da cruz, afirmando que o fazemos em NOME -- no singular -- de três Pessoas divinas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Um nome em três pessoas, o que significar que há um só Deus em três Pessoas realmente distintas. Fazer o sinal da cruz significa que cremos na Encarnação, Paixão e Morte de Cristo, e que aceitamos a cruz inteiramente sobre nós.

Celebrar

O Concílio de Nicéia, ano 325, confirmou toda essa verdade:

"Cremos [...] em um só Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, nascido do Pai como Unigênito, isto é, da substância do Pai, Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não feito, consubstancial com o Pai, por quem foi feito tudo que há no céu e na terra. [...] Cremos no Espírito Santo, Senhor e fonte de vida, que procede do Pai, com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, o qual falou pelos Profetas" (Credo de Nicéia).

 

Crer em Deus significa ter fé em tudo aquilo que Ele nos revelou e a Igreja Católica nos ensina com obrigação de crer. Crer não é facultativo para o ser humano, mas obrigatório, necessário, e a fé deve ser defendida contra os perigos e cultivada continuamente. A fé é a resposta que o ser humano dá ao amor que Deus tem pela humanidade. Deus é o Ser espiritual eterno que transcende o mundo e a história, sempre pronto a perdoar, basta que nos arrependamos e peçamos-Lhe perdão. O Senhor também é o Ser transcendente, onipotente, pessoal e perfeito: Ele é a Verdade e o Amor.

 

Oração: Creio.

 


 

O mistério da  Santíssima Trindade

Conta-se que Santo Agostinho andava em uma praia meditando sobre o mistério da Santíssima Trindade: um Deus em três pessoas distintas...
Enquanto caminhava, observou um menino que portava uma pequena tigela com água. A criança ia até o mar, trazia a água e derramava dentro de um pequeno buraco que havia feito.
Após ver repetidas vezes o menino fazer a mesma coisa, resolveu interrogá-lo sobre o que pretendia.
O menino, olhando-o, respondeu com simplicidade: -"estou querendo colocar a água do mar neste buraco".
Santo Agostinho sorriu e respondeu-lhe: -"mas você não percebe que é impossível?".
Então, novamente olhando para Santo Agostinho, o menino respondeu-lhe: "ora, é mais fácil a água do mar caber nesse pequeno buraco do que o mistério da Santíssima Trindade ser entendido por um homem!". E continuou: "Quem fita o sol, deslumbra-se e quem persistisse em fitá-lo, cegaria. Assim sucede com os mistérios da religião: quem pretende compreendê-los deslumbra-se e quem se obstinasse em perscrutá-los perderia totalmente a fé" (Sto. Agostinho). 

 

O mistério da  Santíssima Trindade é uma das maiores  revelações feita por Nosso Senhor Jesus Cristo.  Os judeus adoram a unicidade de Deus e desconhecem  a  pluralidade de pessoas e a sua unidade substancial.  Os demais povos adoram a multiplicidade de deuses.  O cristianismo é a única religião que, por revelação de Jesus,  prega ser Deus uno em três pessoas  distintas: 
DEUS PAI – Não foi criado e nem gerado. É o “princípio e o fim, princípio sem princípio”;  por si só, é Princípio de Vida, de quem tudo procede;  possui absoluta comunhão com o Filho e com o Espírito Santo.  Atribui-se ao Pai a Criação do mundo. 

DEUS FILHO – Procede eternamente do Pai, por quem foi gerado, não criado. Gerado pelo Pai porque assumiu no tempo Sua natureza humana, para nossa Salvação. É Ele Eterno e consubstancial ao Pai (da mesma natureza e substância). Atribui-se ao Filho a Redenção do Mundo. 
DEUS ESPÍRITO SANTO – Procede do Pai e do Filho; é como uma expiração, sopro de amor consubstancial entre o Pai e o Filho;  pode-se dizer que Deus em sua vida íntima é amor, que se personaliza no Espírito Santo. Manifestou-se primeiramente no Batismo e na Transfiguração de Jesus;  depois no dia de Pentecostes sobre os discípulos. Habita nos corações dos fiéis com o dom da caridade. Atribui-se ao Espírito Santo a Santificação do mundo.

O Pai é pura Paternidade,  o filho é pura Filiação e o Espírito Santo, puro nexo de Amor. São relações subsistentes, que em virtude de  seu impulso vital, saem um ao encontro do outro em perfeita comunhão, onde a  totalidade da Pessoa está aberta à outra distintamente. A Igreja nos convida a “glorificar a Santíssima Trindade”, como manifestação da celebração. Não há melhor forma de fazê-lo, senão revisando as  relações com nossos irmãos, para melhorá-las e assim viver a  unidade querida por Jesus: “Que todos sejam um”.

 


Dogmas da Igreja Católica

 

No Catolicismo, um dogma é uma verdade absoluta e inquestionável revelada por Deus, logo ele é imutável e definitivo, não podendo ser revogado.

Uma verdade proveniente da Revelação divina só pode ser considerado um dogma quando ela é proposta pela Igreja Católica diretamente à sua fé, através de uma definição (clarificação) solene e, portanto, infalível da Igreja e do posterior ensinamento de seu magistério ordinário. Para que tal aconteça, são necessárias duas condições:

  • O Sentido deve estar suficientemente manifestado;
  • A doutrina em causa deve ser definida pela Igreja como revelada.

A Igreja Católica proclama a existência de 43 Dogmas, subdivididos em 8 categorias diferentes:


 

  • Dogmas sobre Deus
  • Dogmas sobre Jesus Cristo
  • Dogmas sobre a criação do mundo
  • Dogmas sobre o ser humano
  • Dogmas marianos
  • Dogmas sobre o Papa e a Igreja
  • Dogmas sobre os sacramentos
  • Dogmas


 

  • sobre as últimas coisas (Escatologia)

 

Dogmas sobre Deus:

1- A Existência de Deus

"A idéia de Deus não é inata em nós, mas temos a capacidade para conhecê-Lo com facilidade, e de certo modo espontaneamente por meio de Sua obra"

2- A Existência de Deus como Objeto de Fé

"A existência de Deus não é apenas objeto do conhecimento da razão natural, mas também é objeto da fé sobrenatural"

Podemos conhecer a Deus mediante Suas obras e mediante a nossa Fé. A fé é a resposta do homem a Deus que se revela e a ele se doa, trazendo ao mesmo tempo uma luz superabundante ao homem em busca do sentido último de sua vida. Como podemos falar de Deus?

Nosso conhecimento de Deus é tão limitado, como também é limitada nossa linguagem sobre Deus. Só podemos falar de Deus através das criaturas vivas ou dos recursos naturais que conhecemos, e segundo nosso modo humano limitado de conhecer e pensar. De qualquer forma, temos que nos lembrar e ter sempre conosco, dentro de nossos corações, que todas as criaturas trazem em si uma certa semelhança com Deus. O homem guarda características tão dignas como a verdade, a bondade, a beleza, a caridade, o amor...Tais características não podem ter outro autor senão o Todo Poderoso. Todas estas características contemplam, portanto, o Seu Autor.

 A criação é uma obra querida por Deus como um dom que foi dirigido ao homem; como uma herança que lhe é destinada e confiada. Entretanto, Deus transcende a criação, pois é infinitamente maior que todas as Suas obras. Por ser o Criador soberano e livre, causa primeira de tudo o que existe, Ele está presente no mais intimo das suas criaturas. Segundo as sábias e inspiradas palavras de Santo Agostinho: "Ele é maior do que aquilo que há de maior em mim e mais íntimo do que aquilo que há de mais intimo em mim".

3- A Unidade de Deus

"Não existe mais que um único Deus "

A unidade de Deus é entendido como uma unidade do indivíduo levando ao monoteísmo. Este atributo foi mencionado em várias passagens: "Vede que sou Eu somente e não há outro Deus exceto Eu". (Dt 32, 39) "Houve Israel, o Senhor teu Deus é o único Deus". (Mc 12, 29)

Deus é SIMPLES (PURO): em Deus nada se acrescenta ou se tira. A simplicidade de Deus é entendida como um Deus livre de qualquer multiplicidade e dispersões próprias das outras criaturas. É Deus em sua puríssima espiritualidade. Como exemplo, podemos citar uma passagem onde Jesus atribui a Deus uma figura humana ao chamado PAI e ao mesmo tempo lhe atribui estado e morada acima de tudo o que é material.

Deus é IMUTÁVEL: Deus foi, é, sempre será o mesmo, com sua perfeição e seu amor sem limites. Segundo Santo Tomaz de Aquino: "Só Deus é".

4- Deus é Eterno

"Deus não tem princípio nem fim"

"O Senhor é um Deus Eterno que criou os extremos da Terra e que não se cansa nem se esgota". (Is 40, 28

5- Santíssima Trindade

"Em Deus há três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo; e cada uma delas possui a essência divina que é numericamente a mesma "

Santíssima Trindade é um mistério de um só Deus em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.

A Trindade é Una; não professamos três deuses, mas um só Deus em três Pessoas. Cada uma das três Pessoas é a substância, a essência ou a natureza divina, As pessoas divinas são distintas entre si pela sua relação de origem: o Pai gera; o Filho é gerado; o Espírito Santo é quem procede. Ou seja, ao Pai atribui-se a criação ao Filho atribui-se a Redenção e ao Espírito Santo atribui-se a Santificação.

 

 Três Pessoas, Um só Deus

 

 Criador, Salvador, Santificador

 Todos os efeitos da ação de Deus sobre suas criaturas são produzidos pelas três Pessoas divinas em comum. Mas porque certos efeitos da ação divina na criação nos fazem recordar mais de uma Pessoa divina do que de outra, a Igreja atribui efeitos do Pai como Criador de tudo quanto existe; do Filho, a palavra de Deus, como nosso Salvador ou Redentor; e do Espírito Santo - o amor de Deus" derramado em nossos corações" - como nosso Santificador.

 Crer que Deus é Pai significa crer que você é filho, ou filha; que Deus, seu Pai, o acolhe e o ama; que Deus, seu Pai, criou você como um ser humano digno de amor.

 Crer que Deus é Palavra salvadora significa crer que você é um ouvinte; que a sua resposta à Palavra de Deus é abrir-se ao Seu Evangelho libertador que o liberta para optar pela união com Deus e pela fraternidade com o próximo.

 Crer que Deus é Espírito significa crer que neste mundo você está destinado a viver uma vida santificada, sobrenatural, que é uma participação limitada na própria natureza divina - uma vida que é o início da vida eterna.

 

Deus, o Pai de Jesus

 O livro do Êxodo traz uma das revelações mais profundas da história humana. Esta revelação é narrada na história do chamado que Deus dirigiu a Moisés para ele ser o líder de seu povo. Falando de uma sarça ardente que, "apesar de estar se queimando não se consumia", Deus bradou: "Moisés, Moisés!" A seguir ordenou-lhe que reunisse os israelitas e persuadisse o Faraó a deixá-lo conduzir aquele povo escravizado para fora do Egito. Ao ouvir o plano divino, Moisés ficou apreensivo. E o diálogo continua: "Mas, - disse Moisés a Deus - quando eu for ter com os israelitas, e lhes disser: 'O Deus de seus pais mandou-me a vocês', se eles me perguntarem: 'Qual o seu nome?' que lhes responderei?" Deus replicou: "Eu sou quem sou". E acrescentou: "Isto dirás aos israelitas": "Aquele que É mandou-me a vocês". E Deus disse a Moisés: "Então dirás aos israelitas: 'O Senhor, o Deus dos seus pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, o Deus de Jacó, mandou-me a vocês...' " (Êx 3, 13-15).

 Nesse diálogo (e em outros semelhantes, veja Jz 13, 18 e Gn 32, 30) Deus de fato não deu a si mesmo um "nome". Recusa-se a dar uma "chave" que poderia fazer o povo pensar que tinha poder sobre Deus. Deus diz, com efeito, que Ele não é como um dos muitos deuses que o povo adorava. Ele se oculta, mostrando assim a distância infinita entre Ele e tudo quanto nós, seres humanos, tentamos conhecer e controlar.

 Mas mandando a Moisés que dissesse "Aquele que É mandou-me a vocês", Deus também revela algo muito pessoal. Esse Deus que "é", que supera todas as realidades que passam, não está desligado de nós e do nosso mundo. Ao contrário, esse Deus que "é" revela que Ele está com vocês. Ele não diz o que Ele é em si mesmo. Ele revela, porém, quem Ele é para você. Nesse momento capital narrado no Êxodo (e explanado mais adiante no Livro de Isaías, cap. 40, 45), Deus revelou que Ele é o seu Deus, o "Deus de seus pais" - o insondável mistério que está com você para sempre, com você para além de todos os poderes da morte do mal.

 O Deus que se revela no Antigo Testamento tem duas características principais. A primeira e mais importante, é que Ele está pessoalmente perto de você, que Ele é o seu Deus. A segunda é o fato de que este Deus que livremente procura um relacionamento pessoal com você está para além de todo tempo e espaço. EU SOU não está ligado a nada, mas liga todas as coisas a si mesmo. Com suas própias palavras, "Eu sou o primeiro e o último; fora de Mim não há nenhum Deus" (Is 44, 6)

 Séculos após a revelação referida no Êxodo e em Isaías, o Deus misterioso da sarça ardente revelou seu nome - em Pessoa. Superando toda suposição e expectativa humana, a Palavra de Deus "se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1, 14). Numa revelação que ofusca a mente com sua luz, Jesus dirigiu-se a EU SOU e disse: "Tu, Pai, estás em mim e Eu em ti... Eu dei-lhes a conhecer o Teu nome, e dar-lhes-ei a conhecer ainda, para que o amor com que me amaste esteja neles e eu esteja neles" (Jo 17, 21.26)

 EU SOU revelou Seu nome no Seu filho. A sarça ardente atrai você para a sua luz. O Deus de Moisés, revelado em Jesus, é amor, é Pai, está em você.

 

Jesus Cristo

 Jesus, Deus e Homem

 A segunda Pessoa da Santíssima Trindade tornou-se um homem. Jesus Cristo. Sua mãe foi Maria de Nazaré, filha de Joaquim e Ana. José, esposo de Maria, era como um pai para Jesus. O verdadeiro e único Pai de Jesus é Deus; Ele não teve pai humano.

 Concebido no seio de Maria pelo poder do Espírito Santo, Jesus nasceu em Belém da Judéia entre os anos 6 e 4 A.C.. Ele morreu no Calvário (fora da antiga Jerusalém), quando ainda era relativamente moço, provavelmente aos trinta e poucos anos.

 Ele é uma só Pessoa, mas tem ambas as naturezas, a divina e a humana, É verdadeiramente Deus e é também verdadeiramente um ser humano. Como Deus, tem todas as qualidades e atributos de Deus. Como ser humano, tem corpo humano, alma humana, inteligência e vontade humanas, imaginação humana e sentimentos humanos. Sua divindade não suplanta sua humanidade, nem interfere nela e vice-versa.

 No Calvário morreu realmente; experimentou a mesma espécie de morte que todos os seres humanos experimentam. Mas ao morrer, tanto na morte como depois dela, Ele permaneceu Deus.

 Após a morte, Jesus "desceu aos infernos". A palavra infernos nesta frase do Credo não significa o inferno eterno dos condenados. Significa a Hades, "o mundo inferior": a região dos mortos, a condição daqueles que partiram desta vida. (Isto transparece das referências do Novo Testamento, tais como 1Pdr 3,19s; 4,6; Ef 4,9; Rom 10,9; Mt 12,40; At 2,27.31). Fundamentalmente, pois "desceu aos infernos" significa que Jesus realmente morreu e se associou aos mortos como seu Salvador. Na Liturgia, o Sábado Santo exprime esse aspecto do mistério da salvação: a "morte" ou ausência de Deus.

 A oração de Jesus moribundo - "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste" (Mc 15,34) - encontra seu eco na vida de muitos cristãos. "Desceu aos infernos" exprime o brado de Jesus no desamparo da agonia, a Sua experiência de se apegar ao Pai neste momento de extrema aflição. Exprime também o que muitos católicos experimentam quando Deus aprofunda o seu amor por Ele fazendo-os sentir como é um inferno a vida sem o sentimento da sua presença.

 Jesus ressuscitou dos mortos na manhã de Páscoa. Hoje Ele está vivo com o Pai e o Espírito Santo - e também no meio de nós. Ele ainda é Deus e homem, e sempre o será.

 Ele vive. E Sua passagem da morte para a vida é o mistério de salvação a que todos nós somos destinados a partilhar.

  Cristo, Revelação e Sacramento de Deus

 Pela sua pregação e pela sua morte e Ressurreição, Jesus é não só o revelador, mas também a revelação de Deus. Em seu Filho. Jesus é nos mostrado quem é o Pai. Como revelação de Deus, Jesus é não só o acesso de Deus à humanidade, mas também nosso caminho para Deus.

 Jesus é o maior sinal da salvação de Deus no mundo - o centro e o instrumento do encontro de Deus com você. Por isso, nós o chamamos de sacramento original. A graça que Ele comunica a você é Ele prórpio. E através desta comunicação dele, você recebe a autocomunicação total de Deus. Jesus é a presença salvífica de Deus no mundo.

 Cristo, o Centro da sua vida 

Hoje Jesus vem a você, influenciando positivamente sua vida de várias maneiras. Ele vem a você na sua Palavra: quando lhe é de pregada a Palavra de Deus, ou quando você lê a Bíblia com respeitosa atenção. Ele também está ativamente presente a você nos sete sacramentos, especialmente na Eucaristia. Um outro modo de você encontrar Jesus é nas outras pessoas. É o que lemos na cena do juízo final no Evangelho de São Mateus: "Então os justos lhe responderão: 'Senhor, quando foi que te vimos com fome e te alimentamos, ou com sede e te demos de beber?'... Ao que lhes responderá o rei: 'Em verdade vos digo: cada vez que o fizestes a um desses meus irmão mais pequeninos, a mim o fizestes' " (Mt 25, 37-40)

 A igreja católica acredita que Jesus de Nazaré é o centro de nossas vidas e do nosso destino. No seu documento Gaudium et Spes sobre a Igreja no Mundo Moderno, o Concílio Vaticano II afirma que Jesus é "a chave, o centro e o fim de toda a história humana" (nº 10). Com São Paulo, a Igreja crê que "todas as promessas de Deus encontram nele o seu SIM" (2Cor 1, 20)

  

O Espírito Santo

 O Espírito que habita em nós

 De uma maneira rudimentar Deus está presente em todo ser criado. São Paulo aludiu a esta presença de Deus que tudo envolve, quando citou um poeta que dizia: "Nele vivemos, nos movemos e somos" (At 17, 28).

 Há, porém, uma outra presença de Deus, inteiramente pessoal, no íntimo daqueles que o amam. O próprio Jesus fala dela no Evangelho de São João, ao dizer: "Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e viremos a ele e nele faremos nossa morada" (Jo 14, 23).

 Essa presença especial da Trindade é com razão atribuída ao Espírito Santo, pois como São Paulo proclama, "o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado" (Rom 5,5). Essa presença do Espírito, o Dom divino do amor dentro de você, chama-se a inabitação divina.

  Os Dons do Espírito

 O Espírito Santo não só está intimamente presente dentro de você, mas está também trabalhando ativamente, embora em silêncio, para o trasformar. Se você acolhe suas silenciosas inspirações, então os dons do Espírito Santo se tornam realidades sensíveis na sua vida.

 Há duas espécies de dons do Espírito. Os dons da primeira espécie são destinados à santificação da pessoa que os recebe. São qualidades sobrenaturais permanentes que fazem a pessoa entrar em especial sintonia com as inspirações do Espírito Santo. São estes: sabedoria (que ajuda a pessoa a apreciar as coisas do céu), inteligência (que permite à pessoa compreender as verdades da religião), conselho (que auxilia a gente a ver e a escolher corretamente na prática o melhor modo de servir a Deus), fortaleza (que dá força à deliberação da pessoa para superar os obstáculos a fim de viver a fé), conhecimento (que ajuda a pessoa a ver o caminho a seguir, e os perigos para sua fé), piedade (que comunica à pessoa muita confiança em Deus e vontade de servi-lo), e temor de Deus (que dá à pessoa uma profunda consciência da soberania de Deus e do respeito devido a Ele e às suas leis).

 Uma segunda espécie de dons do Espírito Santo são os chamados carismas. São favores extraordinários concedidos principalmente para o bem dos outros. Em 1Cor 12,6-11 mencionam-se nove carismas, a saber, os dos de falar com sabedoria, de falar com conhecimento, fé, dom das curas, milagres, profecia, discernimento dos espíritos, línguas e interpretações dos discursos.

 Outras passagens de São Paulo (como 1Cor 12,28-31 e Rom 12, 6-8) mencionam outros carismas.